O dia das crianças passou e alguns dias depois estava eu navegando Internet afora quando li um texto interessante - do blog Era uma vez - de um pai que deu um Ferrorama* [foto] aos filhos. Eles acharam legal, mas depois da segunda volta eles desencantaram e foram para o video game.
*Ferrorama - trem à pilha que percorria um circuito fechado (para quem não conhece)
Não sou pai - pelo menos ainda não - mas se tivesse filho(s) talvez teria passado pela mesma situação, no caso. Muitos brinquedos tentaram renascer, mas assim como o Ferrorama, a fantasia deles foi de outra época, onde tinham um encanto diferente, uma forma diferente de ver o movimento do trajeto, enfim...
Tive dois Ferroramas (modelos XP300 e XP600) e nunca enjoava de montar, inventar novos trajetos, ligar os dois trens na mesma pista, ou seja, minha imaginação e felicidade era montar toda aquela parafernalha, deitar no chão da sala, ver aquele movimento todo e as infinitas de voltas que os trens davam até as pilhas descarregarem.
Bons tempos...
Hoje as crianças têm pressa. Querem dinamismo, querem resultados já.
Também tive video game (Atari, na época), mas nunca deixei outras brincadeiras de lado, como pega-pega, pique-esconde, andar de bicicleta, ou mesmo em casa com meus Ferrorama's, Autorama ou outro brinquedo qualquer que trabalhasse mais a mente, como os famosos Banco Imobiliário, Jogo da Vida, Ludo, etc.
Tive a sorte de viver em tempos onde a infância tinha um lado mágico com os brinquedos, nas brincadeiras em geral, nos programas infantis, nos desenhos animados e também, é claro, na escola. Vivi cada tempo dessa infância com toda a intensidade necessária para que minha memória fosse alimentada e hoje lembrar de muitas, muitas coisas com uma saudade gostosa.
A interação, a inocência.... nosso comportamento era de uma forma pura e o limite era a nossa imaginação. Não desejaria que essa tipo de infância voltasse, até porque seria impossível, mas gostaria sim que na infância de hoje - e as próximas que virão - as crianças não perdessem o sentido real de viver a fantasia, de ter prazer em ser criança de fato, como fui.
.
.
.