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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A mendicância nas redes sociais



A busca por atenção está extrapolando os limites do bom senso e chega à beira do ridículo.


Curioso que de uns tempos pra cá as pessoas estão mais sedentas por atenção nas mídias sociais como nunca. O que se ver são "publicações patrocinadas" de pessoas que não oferecem nada além de um "look do dia" ou de um "corpo de academia", padrãozinhos impostos por elas mesmas.

De fato, hoje as redes sociais viraram um verdadeiro comércio, onde se oferece quase de tudo. Aquela interação entre amigos, aquelas curtidas, compartilhadas e comentadas estão perdidas entre os digital influencers, lojas e pessoas que patrocinam suas fotinhas em busca de seguidores/likes para futuramente ganhar algo em troca, nem que seja apenas admiradores.

As relações interpessoais estão cada vez mais distantes do mundo real. Aquela conversa séria que você tinha frente a frente com seu amigo virou um áudio de 5 minutos. Aquele compromisso virou "ok". E pior, aquelas deliciosas declarações de amor ou amizade viraram coraçõezinhos ou memes. Daqui à pouco o sexo será apenas a masturbação via vídeo chamada, pois estarão com preguiça de sair de casa para se encontrar -
se bem que isso já acontece desde o finado MSN Messenger.

Sou, confesso, um usuário de mídias sociais, mas tento diariamente me policiar para não entrar nesse mundo e esquecer que um abraço real é uma das coisas mais gostosas de fazer/receber, um olhar atencioso para um amigo quando o mesmo está precisando de alguém para ouví-lo, e até umas risadas despretenciosas de tanto falar besteira como se não houvesse amanhã. Sim, eu gosto e prezo isso.

Caminhamos para um mundo cada vez mais individualista, depressivo e desequilibrado, onde a tela do 'espertofone', do laptop ou da tela que for vai ser a única forma de contato entre as pessoas - por conta também do excesso de violência urbana e outras mazelas que estão cada vez piores, fazendo muitos desistirem de sair de casa. Mas isso não justifica o isolamento, enfim.


Prefiro acreditar naquele clichê confortante que diz "a esperança é a última que morre", ou seja, vamos tentar fazer a nossa parte para que ela  - a esperança - não fique sozinha, depressiva e se suicide por conta do abandono.




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