A busca por atenção está extrapolando os limites do bom senso e chega à beira do ridículo.
De fato, hoje as redes sociais viraram um verdadeiro comércio, onde se oferece quase de tudo. Aquela interação entre amigos, aquelas curtidas, compartilhadas e comentadas estão perdidas entre os digital influencers, lojas e pessoas que patrocinam suas fotinhas em busca de seguidores/likes para futuramente ganhar algo em troca, nem que seja apenas admiradores.
As relações interpessoais estão cada vez mais distantes do mundo real. Aquela conversa séria que você tinha frente a frente com seu amigo virou um áudio de 5 minutos. Aquele compromisso virou "ok". E pior, aquelas deliciosas declarações de amor ou amizade viraram coraçõezinhos ou memes. Daqui à pouco o sexo será apenas a masturbação via vídeo chamada, pois estarão com preguiça de sair de casa para se encontrar - se bem que isso já acontece desde o finado MSN Messenger.
Sou, confesso, um usuário de mídias sociais, mas tento diariamente me policiar para não entrar nesse mundo e esquecer que um abraço real é uma das coisas mais gostosas de fazer/receber, um olhar atencioso para um amigo quando o mesmo está precisando de alguém para ouví-lo, e até umas risadas despretenciosas de tanto falar besteira como se não houvesse amanhã. Sim, eu gosto e prezo isso.
Caminhamos para um mundo cada vez mais individualista, depressivo e desequilibrado, onde a tela do 'espertofone', do laptop ou da tela que for vai ser a única forma de contato entre as pessoas - por conta também do excesso de violência urbana e outras mazelas que estão cada vez piores, fazendo muitos desistirem de sair de casa. Mas isso não justifica o isolamento, enfim.
Prefiro acreditar naquele clichê confortante que diz "a esperança é a última que morre", ou seja, vamos tentar fazer a nossa parte para que ela - a esperança - não fique sozinha, depressiva e se suicide por conta do abandono.
.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário