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segunda-feira, 24 de março de 2014

Cade o controle de qualidade?



Escolher o que é bom as vezes torna a busca cansativa.

Mesmo com o leque gigantesco de opções para pesquisarmos nesse mundo virtual, a qualidade, veracidade e confiança no que acessamos deixa um ar de "será que é isso mesmo?".

Diz o ditado "quem procura, acha", e com certeza acha mesmo. É fácil achar sexo, fofocas e tosqueiras na internet. Até porque ninguém vai à uma biblioteca procurar Clarice Lispector para ler , nem que seja eventualmente, salvo algumas exceções.

Enfim...

Na televisão a coisa segue igual. A pseudo censura de assuntos que hoje são proibidos por não serem politicamente corretos. Negro/preto virou "afro-descendente", pobre virou "menos favorecido", gay/homossexual virou "pessoa com outra orientação sexual", criança levada virou "hiperativa"... [humpf]

A inocência e criatividade dos programas infantis nos anos 80 me faz as vezes saudosista, uma vez que era mágico assistir àquela fantasia criada despretensiosamente, sem pensar unicamente em/no lucro, como é o que exclusivamente ocorre hoje. As novelas tinham um porque de serem acompanhadas. Hoje não passam de repetições de causos de amor e problemas de família, o que muda é só cenário e a ambientação.

Mas por que mudou? Porque povão gosta de lixo, gosta do que é de fácil assimilação.
A TV Cultura não tem a audiência merecida, pois além de ter recursos reduzidos, não tem programas para as grandes massas. As vezes me dói ver o quanto a maioria da população aceita por pura preguiça e comodidade, pois para eles é chato um programa realmente cultural, inteligente. Preferem ver tragédias, miséria, gente chorando ou pseudo músicas que somos obrigados a ouvir, pois tem sempre um vizinho que adora compartilhar o som com a rua inteira.

A própria mídia brigou muito para que a censura acabasse e que o que fosse inteligente e interessante pudesse ser exibido, tanto na TV, quanto nos jornais. Mas hoje o que vemos são as tarjas indicando a idade apropriada durante as programações televisivas. Quem tem que decidir o que é apropriado ou não para os filhos são os pais. Na minha infância, nunca fui proibido de assistir TV até tarde da noite, embora meus pais restringissem alguns programas, o que era até aceitável. Mas não me tornei influenciável por nada estranho que tenha assistido, e que muito menos tenha alterado meu intelecto.

E o Acre tem que se render à programação gravada por causa da nova censura [e do retorno ao velho fuso horário] por conta da adequação da faixa etária. Pura demagogia de quem acha que criança dorme as 20 horas.

Na internet temos muitas coisas boas sim, mas o lixo está sempre abrindo um banner inapropriado no seu monitor, ou aquele spam inconveniente na sua caixa de e-mail. Algumas tosqueiras, confesso, são indispensáveis para uma boa risada e comentários no happy hour. Mas convenhamos, é bom e sadio também conversar um assunto interessante, ouvindo opiniões de diversas vertentes e que o toma abordado só tem a enriquecer ao nosso crescimento intelectual.

Mas vale a dica: não confie em tudo o que lê nos jornais e na internet, pois tem sempre algum pilantra de plantão querendo tirar vantagens de alguma coisa ou de você, mesmo que seja apenas para tomar seu tempo.


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Um comentário:

railer disse...

ótima análise! parabéns pelo texto!