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quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Aquela varanda






Aquela varanda era tão pequena, mas tinha um acolhimento do tamanho que fosse possível.

Ela presenciou festas, risos, choros, piadas, cervejas, paqueras, beijos, brincadeiras e desentendimentos.

Aquela varanda já foi de muretas charmosas, portão baixo e cadeiras de embalo feitas de cipó. 

Também teve grades vermelhas que subiam até o teto e um singelo banco de madeira em sua lateral para acolher seus visitantes.

Aquela varanda tinha um lustre simples, com luz quente, que iluminou tantos rostos e feições.

Ela foi abrigo para dias chuvosos, serviu de cantinho para refeições solidárias, como também para horas de desabafos, guardando todos os segredos sem perguntar por quê.

Aquela varanda, tão pequena, por vezes insignificante, teve seu enorme papel na história de muita gente.

Ela já foi palco de declarações de amor, de abraços de boas vindas e de acenos de despedidas.

Aquela varanda foi da casa que eu cresci. Casa que foi construída por uma família simples, batalhadora, com qualidades e defeitos como tantas outras. Eles a preservaram até os últimos dias de suas vidas.

Aquela varanda sobreviveu a tantos altos e baixos... Hoje ela não existe mais, somente em minha memória e na de muitos e muitas que passaram por ela e deixaram um pouquinho de suas histórias.

Saudades daquela varanda.

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