[[[ mix de auto-crítica com o cotidiano - não é 100% pessoal ]]]
Tenho pensado no que a palavra solidão tem significado no dia-a-dia comum. Já falei de outros assuntos relacionados a comportamento, de cada um na sua, etc e tal. Mas ultimamente tenho pensado muito nisso. Somos mais de 6 bilhões de habitantes humanos nesse pequeno planeta, 180 milhões só no Brasil, pouco mais de 600 mil no Acre e cerca de 320 mil habitantes aqui na capital, Rio Branco. Uma cidadezinha com pose de metrópole!
Mas e aí? Tanta gente no mundo... faz diferença quando são apenas números?
É... Sentir-se sozinho é uma merda mesmo! Não digo só de mim, pois tenho meus períodos de t.p.l. [tensão pré-lundun (coisa minha)]. E todos têm períodos assim. Quantas vezes, em meio a ambientes aglomerados, shows, shoppings, feiras, o que for, nos passa pela cabeça “o que é que to fazendo aqui...” e dá vontade de gritar “socorro, quero sumir!”. É súbito, acontece sem a gente querer, sem a gente saber, somente acontece. Sentir-se isolado.
O individualismo globalizado dessa nossa geração nos exclui de muitos mundos, de muitos nichos que, se a gente não se adaptar, não correr atrás, não se atualizar, não se entrosar, aos poucos vamos sendo excluídos. E não é só em campos profissionais ou intelectuais. Eu mesmo passo anos sem ver alguns parentes, não porque não quero, mas por opção mesmo, sem ressentimento, nem culpa. Daí você lê isso e pensa por outra perspectiva: e porque eles também não te procuram? Eles podem não querer também, opção deles!
Agora com amigos (há!) a coisa muda de figura.
Observando algumas experiências próprias, alheias, alguns filmes, novelas, seriados e reportagens em todas as mídias a respeito disso, vejo que as amizades estão muito volúveis hoje. Se eu tenho algo bom pra oferecer, eu sou visado, lembrado ou mesmo bajulado. Se não tenho ou se por motivo de força maior preciso ficar recluso, sou abandonado [acho que já escrevi isso em outro post – nossa, que coisa deprê!]. Não sei se você entende o que quero dizer. Às vezes de tanto correr atrás eu canso, porque fico sempre atrás. E cansar disso me faz querer não correr mais. E quem deveria ser alcançado acaba indo embora, pois não percebeu que tinha alguém o procurando. Aí vem... a decepção. Tento me policiar para não criar expectativas com muitas, muitas coisas no decorrer da minha vida. Mas sou imperfeito, e caio em algumas situações que não deveria – mas assim vou aprendendo. E não é apanhando na vida que se amadurece [ou se revolta]? Ainda estou em processo e muita gente também, ô!
Saudade do colo-de-mãe...
Melhor sozinho do que mal acompanhado? Com certeza! Embora nem sempre estar sozinho signifique auto-suficiência [eu hein! pé de pato, bangalô, três vezes! isola!]. O estar sozinho não contextualiza solidão. Uma coisa nem sempre tem a ver com a outra. Solidão interior é pior do que solidão física. Pode ser carência? Talvez sim, talvez não. É confuso, né!? Erramos em querer enxergar nós mesmos nas pessoas próximas de nós [nos amigos], mas esquecemos que a diferença é que nos atraiu a eles. Gosto e preciso da minha individualidade, como também de pessoas. Gosto de ter meus momentos de estar sozinho, mas não gosto de sentir solidão. Não mesmo.
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