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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Noites de Outono




Eu te conheci despretensiosamente, como uma chuva de final de tarde que veio amenizar o calor de uma primavera tropical, colorindo as folhas e flores.  E aos poucos teu olhar e sorriso tímido me deixaram curioso em descobrir o que tinha mais naquela figura até então nova pra mim.

Sem perceber eu te desejei, mesmo achando que não seria intenso. Mas me enganei. Foi intenso, mesmo sem ter tido a oportunidade de experimentar. Mas tenho certeza que não foi platônico.

Eu te olhei com todo o carinho que pude expressar, mas você não conseguiu enxergar, e por medo se afastou. Eu te planejei no meu mais singelo futuro, até nos planos que ainda nem tinha feito. E os sonhos que tive se vão a cada manhã, quando preciso levantar para seguir na vida real lá fora.

E hoje eu te vejo aqui, alí, acolá... às vezes longe nos meus pensamentos, às vezes perto demais, me fazendo agir como um jovem inexperiente em situações afins.

Não vou mais te abordar. Eu já tentei, não tive sucesso.
Então ficarei te olhando de longe, de canto de olho, como se eu não estivesse atento aos seus movimentos.

Entretanto, eu ainda estou aqui, fingindo não me importar, vivendo com a rotina fria de um coração que não tem mais aquela esperança adolescente. Mesmo que sua imagem ainda venha em meus pensamentos, vou procurar guardá-la num cantinho onde não mais perturbe minha mente.

Talvez eu ainda te queira. Talvez.

Contudo, o tempo irá resolver essa questão do talvez e acalmar qualquer resquício de aflição ainda pendente por não ter tido aquelas oportunidades tão sonhadas, tão desejadas... por medo seu!

E quando toda essa tempestade se for e apenas restar uma fria brisa de outono, hei de fato conseguir te olhar de frente e dizer que eu te dei uma chance, mas você escolheu não tentar.

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2 comentários:

Charles Bravowood disse...

"Eu te olhei com todo o carinho que pude expressar, mas você não conseguiu enxergar e por medo, se afastou."

...daqueles textos que falam por você, que vem de dentro, das profundezas de alma cantante a poetizar os ventos e os acordes de um amor não vivido. Disso eu entendo, disso eu faço meus versos.

Allison Assun disse...

Muito beautiful, quanta inspiração hemm. Mas, sem dúvidas não há nada melhor que um amor tipo brisa, chuva, que chega sem avisar, em que a presença é notada através do cheiro de terra molhada. O cheiro leva a imaginar como seria tê-la experimentado, senti-la descer pelo corpo, resfriando os osso e ao mesmo tempo aquecendo e preenchendo os vazios da alma.