Aquela varanda era tão pequena, mas tinha um acolhimento do tamanho que fosse possível.
Ela presenciou festas, risos, choros, piadas,
cervejas, paqueras, beijos, brincadeiras e desentendimentos.
Aquela varanda já foi de muretas charmosas, portão baixo e cadeiras
de embalo feitas de cipó.
Também teve grades vermelhas que subiam até o teto e um singelo
banco de madeira em sua lateral para acolher seus visitantes.
Aquela varanda tinha um lustre simples, com luz quente, que iluminou
tantos rostos e feições.
Aquela varanda, tão pequena, por vezes insignificante, teve seu enorme papel na história de muita gente.
Ela já foi palco de declarações de amor, de
abraços de boas vindas e de acenos de despedidas.
Aquela varanda foi da casa que eu cresci. Casa que foi construída por uma família simples, batalhadora, com qualidades e defeitos como tantas outras. Eles a preservaram até os últimos dias de suas vidas.
Aquela varanda sobreviveu a tantos altos e baixos... Hoje ela não existe mais, somente em minha memória e na de muitos e muitas que passaram por ela e deixaram um
pouquinho de suas histórias.
Saudades daquela varanda.
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