O som sempre chamou a atenção dos seres vivos, em especial os homens. Podem se ouvir diversos timbres, límpidos ou abafados, audíveis ou quase imperceptíveis. Um deles é usado desde o início da humanidade arcaica e sempre se destacou pela sua sonoridade: O som de batuque. Ele sempre chamou a atenção, seja para comunicação, seja para entretenimento ou diversão. E é sobre esse "batuque" que quero explorar...
O som percussionado, seja por um único instrumento, ou mesmo por quantidades maiores, é visto como algo que não dá para não observar. E esse som iniciou-se na África, entre as inúmeras etnias existentes por lá, cada uma a seu modo, cada uma à sua vontade, misturando crenças, religiões, festas e tradições. Pois é. E essa mistura de sons atravessou os tempos e até hoje ainda é apreciada por muita gente mundo afora.
No cenário musical, temos percussão em muitos gêneros. Na música eletrônica ela fez uma reviravolta, criando novas vertentes do ritmo mais famoso da dance music: o House, que existe há mais de 20 anos, onde seus subgêneros fizeram e fazem moda, renovando-se e atualizando-se sempre que necessário. A percussão entrou na House Music meio que timidamente, pois não se achava um nome certo para as esse novo estilo usado em sua base, o que deixava sua batida menos repetitiva, dando abertura para diferentes formas de ser usada.
Em alguns remixes do final dos anos oitenta e início dos anos 90, temos alguns sucessos onde se percebiam percussões em algumas produções, mais destacados em versões alternativas ou remixes. "A Little Respect" [Erasure] teve seu remix mais executado nos clubs numa versão com percussão... discreta, porém bem elaborada. Na primeira metade dos anos 90, em hits como Tribal Dance [2 Unlimited – até então um grupo de technopop], Vênus [Shocking Blue – que gravou esse clássico numa versão pra lá de swingada] e Batucada [Dj Dero - que usou a Timbalada de Carlinhos Brown criando uma fusão bem diferente e inusitada], já se percebiam alterações mais acentuadas e a "cadência 4/4 seca", típica da House Music, já não era mais a mesma.
Mas a grande mudança aconteceu no final da segunda metade dos anos 90, onde alguns deejays e produtores descobriram que a percussão fazia e muito a diferença em um remix ou em uma produção original de algum novo sucesso - pois deixava mais envolvente. Como a percussão sempre foi ligada às tribos africanas, o nome "tribal" foi adotado como um novo subgênero do House, sendo uma variante muito bem aceita nas casas noturnas mais antenadas.
Não se pode dizer que “tal música, tal remix” deu início ao Tribal House, mas algumas delas, que foram grandes hits [em especial, os remixes] deram abertura para o ritmo mais executado da década de 2000 nas casas noturnas pelo Brasil e pelo mundo. Produtores como Thunderpuss, Club 69, Sound Lovers... e atualmente Tony Moran, Hex Hector, Junior Vasquez, e brasileiros como Ander Standing, Edson Pride, Rafael Lelis e Altar, utilizam da percussão para deixarem suas produções com altos níveis de aceitação em festas, clubs e casas noturnas.
E essa batucada eletrônica já está gerando frutos. Embora o eletrohouse tenha tido sua parcela de fama, o eletrotribal veio com mais força, pois misturou o melhor do eletro com o som envolvente do tribal, sendo mais uma opção para os deejays que gostam dessa variedade que a dance music proporciona. Seja o ritmo que for... Trance, Psy, Chill Out, Lounge, Techno, Euro, Ítalo, Garage, Disco, Eletro, Progressive, D&B, Tribal ou House, a dance music está aí. Pra quem achava que seria um modismo, ela se renova a cada década... cada vez melhor.
Vida longa para a dance music de qualidade, em especial ao house e suas variantes.
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...e nesse mês de "oktober"... nada de "fest" por aqui!
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